O Brasil possui o desafio de reduzir a geração de resíduos sólidos e prever estratégias para sua valorização e reaproveitamento.


A gestão de resíduos sólidos é um dos grandes desafios para o desenvolvimento sustentável das cidades. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca de 3.000 dos 5.570 municípios brasileiros mantêm lixões a céu aberto, e quase metade ainda está em locais ambientalmente inadequados.

Cooperativismo é negócio em ascensão, mas não dá conta sozinho de todo resíduo produzido no Brasil.
Imagem: Reprodução/Unicatadores

Uma das ferramentas presentes na Política Nacional de Resíduos Sólidos é a reciclagem. No entanto, ainda estamos muito atrasados nessa gestão dos resíduos sólidos descartados e, ao mesmo tempo, não há controle da produção e do consumo de embalagens de uso único, por exemplo.

Aqui no Brasil, reaproveitamos somente 4% dos resíduos sólidos urbanos, enquanto Chile e Argentina reciclam 16% e a Alemanha, 67% de todo resíduo sólido urbano produzido. No Brasil parte desses 4% é devido aos esforços de cooperativas e catadores autônomos que, bem longe de representarem um case de sucesso, carregam praticamente sozinhos uma função que deveria despertar o mesmo interesse na indústria, do comércio, do poder público e da sociedade em geral.

Para se ter uma ideia, 75% dos ganhos totais do setor de reciclagem são destinados às indústrias, mas 90% do que é reciclado passa pela mão dos catadores, fundamentais na reciclagem de alumínio (97%) e papelão (67%) no país.

É importante ressaltar que há muitas formas de transformar essa realidade. Mas por que será que o Brasil não consegue avançar ou dar a devida importância para essa situação?

O reaproveitamento de resíduos no país ainda é baixo. Isso evidencia o quanto o nosso modelo econômico atual é linear, retrógrado e ineficiente, por isso gera tanto desperdício. O Brasil tem esse desafio, de reduzir a geração de resíduos sólidos e prever estratégias para sua valorização.


Resíduos Sólidos e a tecnologia

Uma solução viável para o país é a produção de energia renovável através dos resíduos sólidos. O Brasil é o mais apto entre os membros do Brics (Brasil, Rússia, África do Sul, Índia e China) a produzir energia limpa e sustentável.

Os resíduos sólidos são matéria prima valiosa, a partir da qual podem ser desenvolvidas cadeias e mercados. Aliados à tecnologia, é possível gerar biogás e biometano. Até mesmo os resíduos gerados pela agropecuária são extraordinárias fontes de energia, pois podem deixar de ser passivo para se transformar em ativo através do biogás e do biometano, que servem como fontes de energia térmica, energia elétrica e combustível para veículos.

Ou seja: possuímos as mais variadas formas de reciclar ou reutilizar os resíduos sólidos gerados, basta que haja incentivo e subsídios. É preciso que órgãos ambientais e reguladores não permitam, conforme previsto em lei, que embalagens não recicláveis ou de uso único sejam produzidas e comercializadas.


Lembre-se: a cidade começa dentro de casa

Há soluções diversificadas para a questão dos resíduos sólidos no Brasil, sendo algumas delas tomadas dentro de casa, antes mesmo do descarte. Abaixo, listamos algumas práticas sustentáveis que somam forças por uma cidade mais limpa, sustentável e ecológica:

  • Evitar produtos que contenham muitas embalagens;
  • Utilizar sacos e bolsas ecológicas e preferir comprar a granel;
  • Reaproveitar o papel, evitando o descarte imediato;
  • Priorizar embalagens recicláveis, como o vidro;
  • Tomar banhos rápidos e fechar a torneira enquanto escova os dentes, evitando o desperdício de água;
  • Apagar as luzes dos ambientes não utilizados;
  • Não desperdiçar alimentos. O uso de recursos naturais como água e energia na produção de alimentos é enorme. Vale lembrar que 70% da água doce no mundo é consumida pela agropecuária.

Não há projeto público, campanhas de conscientização ou até mesmo movimento de ONGs e cooperativas que dêem conta sozinhos de minimizar o problema do descarte dos resíduos sólidos. É urgente que assumamos nossa responsabilidade pela gestão do que nós mesmos produzimos ou geramos. A informação precisa promover uma ação, por isso participe do Seminário Cidade Bem Tratada, agora em maio (dias 8 e 9), em Porto Alegre. Inscreva-se e venha debater o futuro das nossas cidades!


Participe!!
Ao final do Seminário, ganhe seu certificado.
Se ainda não se inscreveu, faça gratuitamente pelo site
www.cidadebemtratada.com.br

Contato Imprensa 
Adriane Bertoglio Rodrigues: (51) 9 9813 1785 
Wesley Loebens: (51) 9 9776 4926

Pesquisa:
https://www.cnnbrasil.com.br/forum-opiniao/a-energia-que-vem-do-lixo/

https://exame.com/exame-in/projeto-e-piloto-mas-producao-e-recorde-furnas-alcanca-15-tonelada-de-hidrogenio-verde/

https://portais.univasf.edu.br/sustentabilidade/noticias-sustentaveis/5-formas-de-fazer-reutilizacao-do-lixo-domestico

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-06/indice-de-reciclagem-no-brasil-e-de-4-diz-abrelpe